terça-feira, 8 de setembro de 2009


MANIFESTO ELEITORAL DO ALGARVE
  

Depois de reduzirem Portugal à condição de país da Europa em que são maiores as desigualdades entre ricos e pobres, entre os que têm os rendimentos mais altos e os que têm os rendimentos mais baixos, os governos do PS e do PSD criaram um desemprego estrutural que não pára de aumentar e que regista já taxas na ordem dos 10%, que são das mais altas em toda a União Europeia. Como única saída para o drama do desemprego, tanto o governo Sócrates como os seus émulos no PSD, avançam de novo com a velha receita de Portugal se afirmar como o paraíso europeu dos baixos salários e do emprego sem direitos, apontando as portas da emigração como alternativa aos que não têm lugar ou não se conformam com este modelo terceiro-mundista do qual Portugal verdadeiramente nunca saiu.
O país encontra-se bloqueado sob todos os pontos de vista e a via da bipolarização - ou se quisermos, a opção pelo «bloco central» que há mais de 30 anos nos (des)governa - só agrava esse mesmo bloqueio, restringindo o leque de alternativas e de opções políticas e originando uma degradação na qualidade de vida cada vez maior. É esta a conclusão a que chega qualquer trabalhador honesto deste País. Isso mesmo queremos fazer ver àqueles que, não deixando de ser honestos, se encontram iludidos com as políticas dos partidos do arco do poder, do CDS, do PSD, PS, P"C"P ou B"E".
É preciso cuidar da educação das novas gerações e proporcionar-lhes a possibilidade de construir um futuro de dignidade humana e de progresso, mas é preciso começar por garantir que essas novas gerações existam, permaneçam no país que as viu nascer e ponham em jogo as suas capacidades, ou seja, impõe-se uma ruptura total com um modelo económico e político que condena o país a um atraso e a um envelhecimento permanentes, enquanto as suas forças vitais e criativas se exaurem em rotinas arcaicas, castradoras e sem perspectivas.
A mudança que tal ruptura implica é duma envergadura mais ampla e mais profunda do que as que ocorreram, por exemplo, nos dois mais importantes movimentos de mudança do século XX em Portugal, a revolução republicana de 1910 e a revolução democrática de 1974, e é essa mudança que urge empreender com determinação. Há que rejeitar decididamente o prolongamento artificial do actual ciclo económico e político e rasgar novos horizontes de futuro para um país carregado de história e que tem dentro de si, nas suas classes trabalhadoras, na sua juventude, nas suas mulheres e na sua população mais experiente, portadora de nobres tradições de combate por melhores condições de vida, a garantia de poder empreender com confiança um novo caminho de transformação e de progresso.
É chegada a hora de usar o Parlamento como uma tribuna de todos os que não têm voz na situação actual. Para tanto, é preciso que o acto eleitoral de 27 de Setembro não constitua mais uma oportunidade perdida!
Não podemos, no entanto, ter ilusões neste Parlamento.
As presentes eleições legislativas deverão servir para afirmar com clareza a ideia de que existe uma alternativa global de esquerda para a governação do país e que são os trabalhadores portugueses que hão-de constituir a força motriz dessa governação. É necessário concentrar forças no combate à actual situação de crise e, em particular, à sua manifestação mais dramática, a questão do desemprego, sem nunca perder de vista que nas medidas de combate ao desemprego devem estar já contidos os elementos fundamentais daquela alternativa
global.
Além do Programa Nacional "CONTRA O DESEMPREGO E CONTRA O CAPITAL - OS TRABALHADORES PODEM VENCER A CRISE!", esta Lista tem outro de cariz local e que também serão defendidos no Parlamento:

  • Combate ao trabalho sazonal, exigindo que os grandes patrões assinem contratos de trabalho, mantenham o trabalhador ao serviço na época baixa (sabendo-se que muitas vezes para não perderem o seu lucro mandam trabalhadores para casa ficando os outros a fazer o trabalho de três), aumento de salários para a hotelaria e restauração, de modo que o trabalhador deixe de ser dependente da gorjeta e que o fundo de desemprego seja igual ao salário que o trabalhador auferia no activo.

  • Defesa intransigente do sector das Pescas, com apoio à frota ainda existente e incentivos
    para o surgimento de novos barcos. Defesa séria das nossas águas territoriais.

  • Organização dos produtores de figo, alfarroba, citrinos, amêndoa, medronho, vinho, etc. e certificação desses produtos. Reconhecimento pela U.E. da laranja Algarvia como de excelente qualidade. Contra a invasão dos nossos mercados de produtos espanhóis de baixa qualidade.

  • Recenseamento de todos os trabalhadores imigrantes com vista à sua integração e legalização, contra o trabalho escravo.

  • Defesa da Cultura e modo de vida da região (sem com isto querermos criar zonas piloto do regionalismo).

  • Criação de acessos e acessibilidades dignos, dentro da região e para fora dela. Arranjo em toda a sua extensão da Via do Infante (A 22) em termos técnicos de qualidade. Fim das portagens na Auto-estrada e não à portagem na Via do Infante. Alargamento de toda a N125 com variantes em todas as localidades.

  • Por uma rede regional integrada de transportes em que haja coordenação entre os vários tipos de transporte público (fluvial, rodoviário e ferroviário), com um estudo sério sobre as necessidades de movimentação das populações dentro da região e para fora dela. Melhoria das condições de circulação ferroviária, com comboios mais rápidos, mais seguros e mais regulares. Renovação da frota de autocarros de carreira.

  • Saúde. Passagem do Hospital de Faro de distrital a central e construção urgente do novo Hospital do Sotavento na zona de Tavira. Criação de postos médicos com serviço de Urgências durante as 24 horas do dia em todas as freguesias.

Outras medidas com certeza haverá que devamos defender no Parlamento, parecendo-nos estas as que têm maior urgência em serem tratadas. Seremos no Parlamento a voz dos que não a podem ter por mor da mordaça que lhes foi colocada por esta sociedade. É hora de se expressar a verdadeira esquerda para que se possa começar a construir, hoje, a sociedade nova, livre e realmente democrática do futuro.
Assim votem em nós todos aqueles que não se revêem no actual estado de coisas!
Compõem a Lista os seguintes camaradas:

EFECTIVOS
1 – ANTÓNIO JOÃO COSTA GAMBOA
2 – CARLOS MANUEL PEREIRA SILVESTRE (INDEPENDENTE)
3 – MARIA LUÍSA RAPOSO GUERREIRO DA SILVA
4 – CARLOS MANUEL EUSÉBIO LOPES
5 – DÂMASO AUGUSTO SILVA DO NASCIMENTO
6 – DALILA MARIA LEITE GONÇALVES BICA
7 – ANTÓNIO MARTINHO PEREIRA CORREIA
8 – ANTÓNIO SERRA SANTOS
SUPLENTES
1 – MARIA AMÁLIA NETO CABRITA
2 – JOÃO SILVÉRIO DA SILVA NOGUEIRA
3 – FERNANDO MANUEL NUNES DE OLIVEIRA


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