terça-feira, 13 de outubro de 2015

A Classe Operária e o Momento Político Actual

Passou hoje uma semana sobre a realização do último sufrágio para a Assembleia da República. Com excepção dos dois círculos eleitorais do estrangeiro, cujos votos, quaisquer que eles sejam, nunca alterarão o quadro final das relações entre os partidos já conhecido, toda a gente sabe que a coligação fascista da direita e da extrema-direita – PSD/CDS – perdeu a maioria absoluta em número de votos e de deputados eleitos, que o segundo partido mais votado é o derrotado PS de António Costa, que em terceiro lugar ficou o Bloco da classe média urbana e da esquerda caviar e, por derradeiro, o partido revisionista e social-fascista de Jerónimo de Sousa, já que não se deve dar qualquer crédito ao partido que, num país de fome e de miséria, logrou eleger um deputado para representar, em São Bento, os hipocondríacos proprietários citadinos de gatos e de cachorros.
O mentecapto presidente da república, que nos calhou ter em sorte nesta altura, bloqueia a norma do nº 1 do artº 187º da Constituição da República e está a sabotar a formação do governo que haverá de sair da assembleia eleita.
Assim, já se passaram oito dias, e o palonso que temos em Belém nem sequer começou ainda a ouvir os partidos representados na Assembleia da República, nem nomeou ainda o primeiro-ministro, tendo em conta, como o reclama a norma constitucional, os resultados eleitorais.
Cavaco vai para a rua, com a condecoração popular de indecente e má figura, dentro de cinco meses, precisamente no dia 9 de Março de 2016, e, se calhar, julga poder passar estes cinco meses que lhe faltam para ir pentear macacos a inventar pretextos para impor ao país um governo de maioria absoluta, juntando na mesma cama Passos, Portas e Costa, o que, diga-se de passagem e sem réstia de homofobia, é pouca mulher para tanto homem.
Não há pois governo, porque o presidente da república quer um governo de iniciativa presidencial impossível e anticonstitucional, que aliás não tem suporte nos resultados eleitorais da semana passada. E em vez de ouvir imediatamente, e como lhe cumpre, os partidos com representação parlamentar e de imediatamente, como também lhe cabe, nomear um primeiro-ministro dedutível dos resultados eleitorais, deixando depois ao normal jogo de forças parlamentares a questão de saber se o primeiro-ministro nomeado tem ou não apoio na assembleia, Cavaco chama a Belém o traidor Passos Coelho e manda-o andar por aí às voltas, a ver se caça um parceiro político que acrescente uma maioria absoluta à maioria relativa dos partidos da coligação da direita e da extrema-direita, isto é, do PSD com o CDS.
Aterrorizado com a manobra cavaquista da formação de um governo de bloco central, reunindo os três partidos que os teóricos do capitalismo doméstico designam como os partidos do arco do poder – PSD, CDS e PS – e que são os partidos responsáveis pelo governo do país nos últimos quarenta anos, e portanto responsáveis pelo estado de calamidade e de miséria em que vivemos, o revisionista e social-fascista Jerónimo, com a canalha dirigente do PCP, atracam-se a António Costa e empurram-no para a formação de um governo do PS, garantindo-lhe o apoio parlamentar do PCP e do Bloco dito de Esquerda.
Vejam, estimados leitores, as cabriolas e as cambalhotas de que são capazes os revisionistas, oportunistas e social-fascistas de Jerónimo e do PCP em menos de oito dias… O seu objectivo político essencial, nos últimos quatro anos, que culminaram com o acto eleitoral de 4 de Outubro, foi a constituição de governo patriótico e de esquerda, no qual manifestamente não cabia o chamado Partido Socialista de António Costa, isto segundo eles diziam.
Costa e o PS, aliás, foram o bombo da festa de Jerónimo e seus oportunistas durante os últimos quarenta dias e quarenta noites da campanha eleitoral.
Bem denunciámos nós aos operários e a todo o povo trabalhador que o conceito de governo patriótico e de esquerda, salivado na boca de Jerónimo, além de ser uma contradição nos termos, se destinava apenas a enganar papalvos.
Na verdade, não tinham ainda arrefecido nas urnas os votos obtidos para um governo patriótico e de esquerda, depois de uma campanha em que Jerónimo atacou forte e feio António Costa e o PS como um baluarte da Tróica em Portugal, e eis que o caudilho social-fascista do PCP, esquecendo tudo o que havia imputado ao PS e a António Costa, enquanto "líder de um partido de direita", se prostra de joelhos diante do até agora reaccionário Costa e do PS de direita, implorando-lhes, pelas alminhas, que aceitem formar um governo do PS, com eles, revisionistas do PCP, e com elas, as meninas oportunistas do Bloco, venham eles e elas a ser ministros do Governo de Costa ou não venham a ser mais nada do que bengalas parlamentares do reaccionário António Costa e do PS, partido de direita.
E eis como, em menos de oito dias, a ideologia política oportunista do PCP e do BE consegue transformar o objectivo de luta por um governo patriótico e de esquerda num governo patriótico e de direita.
Ora um governo do PS e de António Costa não pode ser outra coisa senão um governo da Tróica e do capital alemão. Basta ler o programa político com que o PS de António Costa se apresentou ao eleitorado há oito dias.
Como é que o PCP e o Bloco podem apoiar um governo desta natureza? E que diferença existe entre o governo da Tróica, conduzido por Costa ou pela coligação de direita e de extrema-direita? Que política de esquerda é esta que se propõem o PCP e o Bloco, ao apoiarem o governo de António Costa e do PS?
Política de esquerda esta? Isto não é política de esquerda. Isto é tudo um putedo!
E é contra este putedo todo que se têm de erguer o povo trabalhador, a classe dos operários e os verdadeiros comunistas.
Qualquer que seja o governo que saia da Assembleia da República eleita no sufrágio do último domingo, seja da coligação Coelho/Portas, seja o do arco governativo Coelho/Portas e Costa, seja o governo de Costa com o apoio directo ou apenas parlamentar dos revisionistas do PCP ou das meninas oportunistas do Bloco, qualquer desses três governos é um governo da Europa Alemã, do capital germânico, da Tróica, de Ângel Merkel e de Schäuble, mas nunca um governo do povo português, nunca um governo ao serviço da classe operária e dos trabalhadores.
E fiquem sabendo: qualquer desses governos terá sempre, apesar da miséria que impõe aos portugueses, o grande mérito de abrir os olhos aos proletários e ao povo: só a revolução proletária, só o comunismo acabará com a exploração do homem pelo homem.
Notem porém os operários portugueses que o apoio parlamentar dos revisionistas do PCP e dos oportunistas do Bloco a um governo do PS e de António Costa significa que não haverá aumento de salários nem de pensões ou de reformas nos próximos quatro anos, o que vai significar também mil e seiscentos e sessenta milhões de euros no corte das reformas e pensões e do capital acumulado da segurança social.
Quanto à luta sindical, com as duas centrais (UGT e CGTP) a apoiar a política de austeridade e terrorismo do mesmo governo, terão os trabalhadores de travar contra todos os sindicatos oportunistas uma luta de morte. O apoio do PCP e do Bloco a um governo do PS e de Costa vai significar a política da Tróica com apoio do PCP e do Bloco. Uma coisa que os leitores julgariam impossível. Mas não é…
Preparemo-nos, pois, para a luta. Qualquer que seja o próximo governo, teremos de lutar contra ele. Essa é a nossa missão de proletários e de comunistas. Não nos deixemos iludir pelos cânticos da sereia, seja ela dos lacaios do PCP ou dos lacaios do Bloco.

11.10.2015

Arnaldo Matos

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Sobre os Resultados Eleitorais

Os resultados eleitorais praticamente definitivos acabados de apurar merecem do PCTP/MRPP as seguintes considerações.
1. A abstenção atingiu uma percentagem superior à verificada nas últimas eleições legislativas – votaram apenas 56,89% dos eleitores inscritos, quando em 2011 essa percentagem foi de 58,86% -, o que significa que cerca de 4 milhões de cidadãos exprimiram por esta forma o seu repúdio pela política dos partidos do arco do poder.
2. A coligação de traição nacional PSD/CDS, embora tenha obtido o maior número de votos e de deputados, não logrou contudo alcançar a maioria absoluta, representando aliás não mais do que 22% do total do eleitorado e tendo perdido mais de 700 mil votos relativamente às eleições anteriores.
E ainda assim a obtenção daquele resultado, deve-o exclusivamente à actuação oportunista do partido dito socialista de António Costa que não apresentou qualquer ideia ou proposta alternativa à política de austeridade, de pagamento da dívida e de submissão aos ditames da Europa alemã levada a cabo pelo governo de traição nacional Coelho/Portas.
3. O partido socialista de Costa sofreu uma merecida derrota no seu objectivo de alcançar uma maioria absoluta, deixando claro que se prepara para viabilizar as medidas de empobrecimento e de roubo dos salários e das pensões impostas pela senhora Merkel e que continuarão a ser adoptadas por um governo formado pela coligação PSD/CDS.
4. A subida da votação alcançada pelo Bloco de Esquerda também não representará qualquer alteração radical da grave situação de miséria e de fome do povo trabalhador, visto que a alternativa que se propõem passa apenas pelo jogo parlamentar de alianças com o partido socialista, sem nunca pôr em causa a permanência de Portugal no Euro.
5. Relativamente ao PCTP/MRPP, importa referir que nunca como nestas eleições o Partido foi alvo de uma tão violenta e sórdida campanha de silenciamento, de discriminação e de soezes provocações por parte de uma imprensa e de escribas pagos por capitalistas e imperialistas estrangeiros, que perceberam perfeitamente qual o alvo a abater.
6. Muito embora não tenha alcançado o seu objectivo de eleger deputados – ainda que mantendo o essencial do seu eleitorado -, o PCTP/MRPP continuará a combater desde o início o governo de traição nacional que vier a sair destas eleições e a bater-se pela formação de uma ampla frente popular de unidade democrática e patriótica que conduza à formação de um governo de unidade democrático e patriótico, única forma de concretizar a saída do Euro e a criação do Escudo novo, resgatando assim a nossa soberania e independência nacional e viabilizando uma política de desenvolvimento económico, de emprego e de igualdade social.
Lisboa, 4/10/15
A Comissão de Imprensa do PCTP/MRPP

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

ANTÓNIO GAMBOA 1º CANDIDATO PELO ALGARVE




Pela constituição de um Governo de Unidade Democrática e Patriótica. Pela saída do euro e pela vinda do escudo novo. Pela saída da UE. Estas são as razões da candidatura do PCTP/MRPP para as próximas eleições legislativas de 4 de Outubro.
Tenho a honra e o privilégio de ser o cabeça de lista do PCTP/MRPP pelo círculo eleitoral de Faro, para a defesa daqueles desígnios. Coube-me a mim a tarefa de encabeçar uma lista de homens e mulheres, todos eles, ainda que haja um jovem de 27 anos, com provas dadas na sua vida social, profissional e política e por isso qualquer um deles poderia também encabeçar esta lista. A política que nos rege é só uma e bem definida, sendo o cunho pessoal de aplicação dessa política apenas um aspecto secundário. É claro que as pessoas contam, mas acima delas está a concepção que fazem do mundo. Nesta lista estamos unidos quanto ao que é essencial e aos objectivos a alcançar, por isso a honra e o privilégio de ser o primeiro.
Só com o conhecimento e experiência de todos eles, poderei levar a bom porto as razões da candidatura nacional do PCTP/MRPP, conjugando-as com os problemas regionais. Só com todos eles poderei, caso seja eleito, levar ao Parlamento os anseios mais profundos dos elementos do Povo, e em especial os do Algarve. Só com todos eles me poderei bater pela constituição de um Governo de Unidade Democrática e Patriótica que recuse o pagamento de uma dívida que não é do Povo Português, que imponha a saída do euro e a criação do Escudo Novo e que leve a cabo um plano de desenvolvimento da economia nacional e de combate ao desemprego e à pobreza, para recuperarmos a nossa soberania económica, financeira, fiscal, monetária, cambial e orçamental, pela independência nacional, pelo emprego, pelo desenvolvimento económico e pela igualdade social.
Mas para que isto aconteça é necessário ter um número mínimo de votos para que se possa constituir uma representação do PCTP/MRPP no Parlamento. Voto esse que é também contra os partidos de traição nacional, PSD, PS e CDS coligados ou não de todas as maneiras imagináveis, e contra os partidos oportunistas ditos de esquerda, P”C”P, B”E” e afins.
Por isso apelo ao vosso voto, não para mim, mas para levar à prática esta política no imediato e para que se possa começar a construir a sociedade nova, livre de exploração do homem pelo homem.
Este é o mandato e é o compromisso que qualquer deputado da representação parlamentar do PCTP/MRPP assume perante o povo: propor estas medidas e lutar por elas até ao fim!
Por todas estas razões, no próximo dia 4 de Outubro não deixem que outros decidam por nós nem permitam que os traidores continuem a destruir o nosso belo País!

VOTA PCTP/MRPP!
PELA SAÍDA DO EURO!
PELA SAÍDA DA UE!
PELA REJEIÇÃO DO PAGAMENTO DA DÍVIDA!

NO ALGARVE VOTA NO PRIMEIRO!