segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ainda sobre os 40 anos do MRPP


Em 1970 é publicado o jornal "Bandeira Vermelha", como órgão teórico e o "Luta Popular" em 1971, como órgão de massas e órgão central. O MRPP teve um papel preponderante na luta contra a ditadura fascista antes do 25 de Abril de 1974, especialmente entre estudantes e operários. Sofreu a repressão da Pide e outras forças policiais e viu um dos seus mais destacados militantes, Ribeiro Santos um estudante , ser assassinado por aquela polícia política, a 12 de Outubro de 1972. O seu funeral foi uma grande jornada de luta. Houve violentos confrontos com a polícia de choque e populares, começando o regime a mostrar provas de vacilação face às movimentações de massas, já dirigidas pelo MRPP e libertas do espartilho legalista do P"C"P.
1.png Depois do 25 de Abril sofreu a perseguição dos novos fascistas e social-fascistas, tendo o Director do "Luta Popular", sido encarcerado. O argumento foi o artigo com o título “Nem mais um embarque”, onde se apelava à recusa de embarque de soldados para as ex-colónias.
Após a legalização, a 18 de Fevereiro de 1975, o Conselho de Revolução, numa reunião em 27 de Maio de 1975, decidiu calar o MRPP. Forças militares do COPCON, comandadas por Otelo Saraiva de Carvalho atacam as sedes na região de Lisboa: em 28 de Maio, foram presos mais de 400 militantes do MRPP. Curiosamente, aquela era a data do golpe militar que levou Salazar ao poder.  Entre os detidos, encontrava-se o camarada Arnaldo Matos, único Secretário-Geral do Movimento. Por todo o lado houve um grande movimento de solidariedade sob a palavra de ordem, gritada e pintada nas paredes,  “Libertação imediata do camarada Arnaldo Matos ", o que viria a acontecer em Julho desse ano.
Nas chamadas primeiras eleições livres em Portugal, a 25 de Abril de 1974, o MRPP foi ilegalizado e impedido de participar, tendo na altura apelado ao "boicote activo à farsa eleitoral".
A 9 de Outubro de 1975, Alexandrino de Sousa, outro estudante e militante da FEM-L (Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas, organização do MRPP para a juventude estudantil), integrava uma brigada que, na Praça do Comércio em Lisboa, colava cartazes a convocar uma Romagem ao cemitério para assinalar o 3º aniversário do assassinato de Ribeiro Santos. Os membros da brigada foram subitamente cercados por dezenas de elementos da UDPide que, aproveitando-se da sua superioridade numérica, os insultaram e agrediram, lançando-os de seguida ao rio Tejo. Apesar de gritar que não sabia nadar, foi bárbaramente agredido.Com a ajuda de populares que vieram em seu socorro, os restantes membros da brigada foram levados para o hospital para serem tratados, mas Alexandrino de Sousa foi retirado da água já morto, por afogamento.
A luta pela Sociedade Socialista, trouxe para a primeira linha de combate os militantes do MRPP que foram os primeiros a opor-se à instauração de uma ditadura social-fascista, intentada pelos revisionistas do P"C"P. Nos campos, nas fábricas , nas escolas, nos quartéis, nos bairros, por todo o lado a acção do MRPP se fazia sentir, estando sempre os seus militantes na crista da luta.
A de 26 de Dezembro de 1976, o MRPP, realizou o seu I Congresso, o da Fundação do Partido e passou a designar-se Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses, com a sigla PCTP/MRPP.