quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Enfermeiros com adesão massiva à greve

A greve atingiu grande parte dos serviços de saúde no Algarve, com adesões que rondaram em muitos casos os 100 por cento. Os hospitais foram os mais afectados.
No turno da tarde do primeiro dia da greve dos enfermeiros, os 111 profissionais escalados no Hospital Central de Faro aderiram ao protesto, atingindo por isso os 100 por cento, contra 85,6% no período da manhã.

Já no Centro Hospitalar do Barlavento, à tarde, 67 dos 69 enfermeiros fizeram greve.
Os hospitais de Faro, Portimão e Lagos foram as unidades de saúde que registaram maior adesão à greve dos enfermeiros, no período da manhã. No Centro Hospitalar do Barlavento, a adesão, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), foi de 96 por cento. Já os dados oficiais, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, apontam para 97,6 por cento, com 164 dos 168 enfermeiros escalados em greve.
No caso do Hospital Central de Faro, os dados do sindicato apontam para 88 por cento de profissionais em greve, enquanto os dados oficiais indicam 85,6%, com 219 dos 253 enfermeiros a aderirem à paralisação.
Analisando os dados oficiais agrupados por Centros de Saúde, no Algarve Central, no período da manhã, 76 dos 153 enfermeiros (49,7%) pararam, e no agrupamento do Barlavento 66 dos 108 (61%) profissionais paralisaram.
Fazendo ‘zoom’ a alguns dos Centros de Saúde, segundo dados do Sindicato, houve várias unidades com adesões de 100 por cento, tais como Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Santo António e Monchique, Serviço de Urgência Básica de Loulé e Albufeira, Tavira a 95 por cento, Lagos a 96 por cento e Silves a 71 por cento.
Também as Unidades de Saúde Familiar de Olhão e de Faro (Al-Gharb) tiveram adesões de 100 por cento, enquanto a USF Farol (Faro) aderiu a 80 por cento, segundo o SEP.
Instado a comentar a adesão à greve, Nuno Manjua, da delegação do Algarve do Sindicato de Enfermeiros Portugueses, adiantou: “Estamos satisfeitos e temos perspectivas de aumentar no período da tarde”, disse.
Paralelamente, os enfermeiros vão encetar acções de rua amanhã, quinta-feira, em Faro e em Portimão, envergando as batas e distribuindo panfletos à população, explicando o porquê dos protestos.
Para além disso, várias centenas de profissionais estarão já inscritos para se deslocarem a Lisboa na sexta-feira, último dia da paralisação, altura em que os enfermeiros se vão concentrar frente ao Ministério da Educação, às 14h30, e depois desfilam até ao Terreiro do Paço, para se juntarem frente ao Ministério das Finanças.
Recorde-se que os enfermeiros protestam contra a revisão da carreira pelo Ministério da Saúde, que implica entre outras coisas a diminuição dos rendimentos no ingresso da profissão.
Há que lutar contra as prepotêcias deste governo, unindo-se com outras camadas da população que vivem o mesmo flagelo. Nos Sindicatos há que colocar gente que esteja realmente interessada em defeder os interesses de quem é explorado. Com as actuais direcções, todas estas movimentações servem apenas para repartir o bolo do orçamento, depressa se esquecendo de quem lutou na rua. Estas lutas só serão consequentes se na direcção estiverem aquels homens e mulheres que levem a luta até às últimas consequências, a instauração de uma sociedade sem exploração do homem pelo seu semelhante. Olhemos para o caso dos professores, de derrota em derrota até à derrota final.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Câmara de Olhão vai ser multada por causa de aterro ilegal na Ria Formosa

Essa denuncia foi feita no blog Olhão Livre.
Era bom e éticamente relevante que o pcp,revelasse onde foi buscar a noticia,pois são os cidadão que denuciam os factos criminosos,contra o ambiente da CMO e do seu president FD.Leal em vez de serem os militantes do pcp de olhão, que estão calados que nem uns ratos,talvez porque o traçado da alternativo à 125, vá valorizar muito alguns terrenos ,de gente importante do pcp em olhão.

[ 26 janeiro 2010 ] Antonio Silva




A nossa economia depois da aprovação do Orçamento Geral do Estado para 2010…






Câmara de Olhão vai ser multada por causa de aterro ilegal na Ria Formosa

Segundo o "barlavento online", a Câmara Municipal de Olhão vai ser multada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA), por causa de um aterro situado à beira da Ria Formosa, em área da Reserva Ecológica Nacional e numa faixa de domínio hídrico.
A informação foi prestada pelo Ministério do Ambiente, em resposta a uma pergunta formulada por deputados do PCP, após denúncia do movimento de cidadania "Olhão Livre"", sobre descargas de entulho na área da Ria Formosa, em Olhão.
Segundo a resposta do Ministério, «os técnicos da Divisão de Vigilância e Controlo da CCDR Algarve deslocaram-se ao local referido no passado dia 4 de Dezembro».
Essa visita permitiu identificar o local «como sendo uma área de aterro existente já há alguns anos, propriedade da Câmara Municipal de Olhão», mas «verificou-se ter sido efectuada uma descarga recente de resíduos de construção e demolição».
Ora, admite o Ministério do Ambiente, «o local em que ocorreu a deposição está localizado na área do Parque Natural da Ria Formosa e em área de Reserva Ecológica Nacional e, ainda, numa faixa que corresponde a domínio hídrico».
A situação «configura alguma gravidade», pelo que, após conclusão dos relatórios que estão a ser elaborados pelos serviços competentes da CCDRA, «será levantado auto de notícia e notificada a Câmara Municipal de Olhão no sentido de repor a situação original e, porventura, desenvolver um plano de recuperação da zona».
É assim que funcionam as nossas autarquias locais, pelo mais completo desrespeito pelas mais elementares normas de civismo e de cidadania, violando constantemente as normas que são emanadas do próprio Estado a que pertencem.
Ao cidadão, resta primeiro denunciar estes e outros tipos de atentados contra a dignidade não só da natureza como do ser humano. Depois lutar para que todo o entulho que ainda atulha as nossas autarquias e demais órgãos de poder, seja definitivamente enterrado e colocados aí dignos defensores dos interesses de quem trabalha.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Haiti, que ajuda?


O TERREMOTO no Haiti, que afetou de forma particularmente arrasadora sua capital, foi há cerca de uma semana. O pouco de um Estado já frágil foi destruído, a missão das Nações Unidas foi incapaz de ir além de resgatar seus próprios mortos e feridos, a ajuda internacional tarda, e o que vemos são haitianos ajudando haitianos.

Entre quarta-feira e sábado, caminhar pelas ruas do centro de Porto Príncipe e de Pétionville era observar o civismo dos haitianos que, muitas vezes, e como nós, sem entender claramente o que havia acontecido, procuravam cuidar dos feridos, resgatar aqueles que ainda estavam vivos sob os escombros, e dispor de seus mortos. O que vimos foi, de um lado, solidariedade, de outro a ausência quase que total e absoluta das forças da ONU e da ajuda internacional.
Por quê? Afinal, a Minustah não estava no Haiti há cerca de seis anos e não dizia estar agindo no sentido de estabilizar o país e reconstruir o Estado haitiano? Quando nos perguntávamos do porquê da demora de disponibilizar comida e remédios já no aeroporto de Porto Príncipe para as centenas de milhares de pessoas que se aglomeravam nos campos de refugiados improvisados por todos os lados, a resposta era que não existiam canais locais capazes de serem mobilizados para a tarefa.

Homens e mulheres que tinham vindo para ajudar, e as coisas que traziam, se aglomeravam num aeroporto controlado por forças militares americanas, como se de uma operação de guerra se tratasse.

Após seis anos no Haiti, aqueles que diziam que estavam ali para reconstruir o país, não tinham entendido nada, ou muito pouca coisa. Quando fomos às praças e campos de futebol transformados em campos de refugiados, eram as "dame sara", mulheres que controlam as redes comerciais existentes no país, que garantiam o acesso dos haitianos a produtos; eram aquelas que cozinham na rua, "chein jambe", que ofereciam galinha, espaguete, arroz, feijão e verduras aos haitianos e haitianas aglomerados; eram caminhões pertencentes a empresários locais que distribuíam água potável. Haitianos ajudando haitianos.

Por que não aproveitar esta energia e estas redes existentes para fazer chegar a ajuda? Por desconhecimento, talvez, ou talvez por duvidar de sua eficácia, ou da possibilidade de uma vítima ser mais do que uma vítima passiva à espera de ajuda.

O desconhecimento, no entanto, é duvidável. Em nossa visita ao batalhão brasileiro da Minustah, horas antes do terremoto, pudemos ver na apresentação do coronel João Bernardes um extremo conhecimento do funcionamento da sociedade haitiana. Infelizmente, a falta de ajuda parece estar mais ligada às disputas internacionais pelo controle do futuro do povo haitiano do que à emergência da situação.

Sim, os haitianos são vítimas, mas estão longe da passividade: pra cima e pra baixo, entre as "dame sara" e o "chein jambe", vimos jovens escoteiros removendo entulho, jovens pedido ajuda com alto-falantes, médicos haitianos dando atendimento aos feridos nas ruas, freira haitianas prestando os primeiros socorros quando possível. Paralelamente, o aparato da Minustah, cerca de 5.500 militares de diferentes nacionalidades, ou estava parado, ou mobilizado na atenção dos próprios quadros da ONU.

Os haitianos ajudam haitianos, a ONU ajuda a ONU.



Culpas internacionais

Duas reações foram recorrentes nos dias que se seguiram aos terremotos. Uma, talvez a mais primária, era a de responsabilizar a natureza. A outra, a de responsabilizar os próprios haitianos pelo caos que sucedeu ao cataclismo. Afinal, foram incapazes de construir um Estado e, por isso, são incapazes de reagir.

Ambas as reações são perversas. Não estamos só diante de um cataclismo natural, mas também de uma catástrofe social. E o desmantelamento do Estado haitiano não é responsabilidade exclusiva dos haitianos, muito pelo contrário. País com pouca margem de manobra no contexto caribenho ao longo das décadas de Guerra Fria, viu as grandes potências apoiarem uma ditadura regressiva e particularmente violenta; concomitantemente, e especialmente a partir do fim dos anos 1970 e ao longo dos anos 1980, o Haiti, como tantos outros países, foi vítima de profissionais engravatados que aplicavam a mesma receita em qualquer lugar: desregulamentação, estado mínimo, livre comércio.

Foram as pressões do FMI e do Banco Mundial que obrigaram o Haiti a desproteger a produção de arroz no início dos anos 1980. O Haiti era, até então, autossuficiente em arroz.

Em pouco tempo não só se viu obrigado a importar este produto, como massas de camponeses foram expulsas do campo para a capital do país, aglomerando-se em habitações precárias, as mesmas que foram abaixo com o terremoto. Tal como ocorreu com o arroz, o cimento também foi afetado. Antes era produzido no país, e desde finais de 1980 foi importado dos EUA, o que obrigou os haitianos a fazerem uso de tijolos pobremente produzidos com areia. Tais tijolos são frágeis e acabam afetando a própria condição das construções. E podemos seguir adiante para demonstrar que o desmantelamento do Estado haitiano foi obra da "comunidade internacional".

Somente uma crítica sistemática ao próprio caráter da ajuda internacional nas últimas décadas poderá ajudar o Haiti a sair de um atoleiro que não foi construído apenas por ele. O que pudemos observar, além da passividade da própria comunidade internacional, capaz de mobilizar mundos e fundos, mas incapaz de conversar com as "dame sara" para imaginar uma saída criativa para a distribuição da ajuda, foi um movimento mais do que preocupante.

Milhares de soldados americanos ocupam, mais uma vez, o país, como se houvesse uma situação de guerra civil, e o Brasil, já imerso há seis anos em toda essa lama, entra no circo das potências que querem "ajudar" o Haiti.

Sem termos presente o fato de que o Haiti é um país soberano, e que os haitianos não são vítimas passivas de catástrofes naturais, dificilmente sairemos do circulo de pobreza e miséria criada pela própria "comunidade internacional", no qual o Brasil ocupa um trágico lugar central.



OMAR RIBEIRO THOMAZ, 44, é professor de antropologia da Unicamp; OTÁVIO CALEGARI JORGE , 21, é estudante de ciências sociais na mesma universidade. ESPECIAL PARA A FOLHA, EM PORTO PRÍNCIPE

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Haiti...um vídeo...

Poderia bastar dizer sem comentários…o comportamento dos países imperialistas, naturalmente tendo há cabeça o imperialismo norte-americano, na tragédia que assolou o Haiti, atingindo dramaticamente o seu povo, está demonstrando pela saciedade a vergonhosa ingerência nos interesses de um povo, aproveitando a fragilidade gritante deste povo severamente castigado pela natureza e pelo homem e como diz a canção…

"Quando você for convidado pra subir no adro da Fundação Casa de Jorge Amado pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos Dando porrada na nuca de malandros pretos De ladrões mulatos e outros..."